PORTO FRANCO - Na noite deste domingo (24), Porto Franco recebeu com grande comoção a pré -estreia do documentário Doutor Araguaia – A história do médico João Carlos Haas Sobrinho. O evento, realizado no auditório do IEMA, marcou o início de uma série de exibições no Maranhão e atraiu uma plateia atenta e emocionada, incluindo antigos amigos e pacientes do médico, além de lideranças locais.
O documentário, dirigido por Edson Cabral e produzido pela TG Economia Criativa e MZN Filmes, resgata a trajetória do médico gaúcho João Carlos Haas Sobrinho, que deixou um profundo legado em Porto Franco e Imperatriz.
Médico pioneiro e defensor da justiça social, João Carlos foi morto pela Ditadura Militar durante a Guerrilha do Araguaia, em 1972, mas continua vivo na memória de quem o conheceu.
A exibição contou com uma breve apresentação sobre o CINE THEATRO LUX, o primeiro cinema de Porto Franco, com a presença de Sônia Haas Sobrinho, irmã de João Carlos e uma das principais responsáveis pela concretização do projeto, além de representantes da equipe de produção e do prefeito Deoclides Macedo, que destacou o apoio da Prefeitura de Porto Franco à realização do filme.
“João Carlos não pertence apenas ao Rio Grande do Sul. Sua luta e seu legado são também parte da história de Porto Franco e de toda a nossa gente. Este filme é um resgate necessário de quem lutou por um país mais justo”.
Produzido ao longo de 36 meses, o documentário recebeu apoio fundamental da seleção no edital da Lei Paulo Gustavo, em parceria com a Fundação Maurício Grabois, e contou com o suporte das Prefeituras de Porto Franco (MA) e São Leopoldo (RS).
João Carlos Haas Sobrinho: o legado de um herói do povo. Natural de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, João Carlos foi um estudante brilhante e líder estudantil na Faculdade de Medicina da UFRGS.
Perseguido pela Ditadura Militar, tornou-se médico nas regiões de Porto Franco e Xambioá, onde salvou inúmeras vidas e conquistou o respeito e o carinho da população local, especialmente dos camponeses.
Sua luta pela democracia e pela justiça social o levou a integrar a Guerrilha do Araguaia, onde foi morto em 1972. Seu corpo nunca foi encontrado, mas sua história permanece como símbolo de resistência e coragem.
A exibição do documentário em Porto Franco é um convite à reflexão sobre os desafios enfrentados por João Carlos e a importância de preservar a memória daqueles que deram suas vidas em defesa da democracia.